quarta-feira, 28 de julho de 2010

A questão da Ferrari no GP da Alemanha - Hockenheim

Fui piloto de competição num team devidamente organizado. Não havia comunicações via rádio naquele tempo. Os carros - Lotus Europa Twincam 1.600 eram, teoricamente idênticos. Para eu ser mais rápido do que o meu companheiro de equipa, tinha que exceder os limites. O carro não dava mais do que tinha e era meio segundo mais lento que o outro. Diga-se que o "outro" era pilotado por um piloto de excepção. Mas eu era capaz de andar ao nível dele. Andava sim. Mas, na hora de ganhar, eu era segundo.
Não havia comunicações via rádio. Só a "placa" nas boxes.
Não era só a "placa".Muitos anos mais tarde, pelo mesmo mecânico e amigo que preparava os dois carros, soube que um tinha tratamento diferente do outro. Nâo vou dizer em quê simplesmente porque não quero desprezar a amizade do meu chefe de team e o do meu mecânico. Não havia comunicação rádio para um deixar passar o outro. Nâo era necessário. Estava tudo tratado (mecânicamente) para um ser mais rápido do que o outro. Em jogo estava um campeonato, um título colectivo. Não havia lugar para disputas internas.
Ganhamos o campeonato. Foi há 35 anos

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